Dr. Renan Borges – Ortopedia e Traumatologia em Ribeirão Preto – SP

epicondilite é uma inflamação que afeta os tendões do cotovelo, causando dor e limitação funcional. Essa condição, frequentemente associada a atividades esportivas e ocupacionais, pode ser dividida em dois tipos principais:

  • Epicondilite lateral, também conhecida como “cotovelo de tenista”
  • Epicondilite medial, chamada de “cotovelo de golfista”

Embora os nomes remetam a esportes específicos, essas lesões não acometem apenas atletas. Profissionais que realizam movimentos repetitivos com os braços e mãos, como pintores, encanadores, digitadores e cozinheiros, também estão suscetíveis.


Epicondilite Lateral – O “Cotovelo de Tenista”

João Fonseca, o prodígio tenista Brasileiro

epicondilite lateral é a forma mais comum da condição, afetando a inserção dos músculos extensores do antebraço na região lateral do cotovelo.

Causa e Fatores de Risco

O problema ocorre devido ao uso excessivo dos músculos extensores do punho e dos dedos, o que leva a pequenas lesões nos tendões que se inserem no epicôndilo lateral do úmero.

  • Esportes de raquete (tênis, padel, squash) são os principais vilões, especialmente quando há técnica inadequada ou uso excessivo do backhand.
  • Profissões que exigem movimentos repetitivos do punho e do antebraço, como carpinteiros, encanadores e trabalhadores de escritório, também apresentam alto risco.

Sintomas

  • Dor na face lateral do cotovelo, que pode irradiar para o antebraço e punho.
  • Fraqueza ao segurar objetos, como uma xícara ou uma raquete.
  • Desconforto ao realizar movimentos de torção, como abrir uma porta ou girar uma chave.

Tratamento

  • Repouso relativo e modificação das atividades que desencadeiam a dor.
  • Fisioterapia com exercícios de alongamento e fortalecimento dos músculos extensores do antebraço.
  • Uso de órteses (faixas para epicondilite) para reduzir a tensão sobre os tendões.
  • Terapias complementares, como ondas de choque e infiltração com corticosteroide.
  • Cirurgia em casos graves e refratários ao tratamento conservador.

Epicondilite Medial – O “Cotovelo de Golfista”

Tiger Woods, o campeão mundial de Golfe

epicondilite medial é menos comum, mas igualmente incapacitante. Afeta os tendões dos músculos flexores do antebraço, que se inserem no epicôndilo medial do úmero.

Causa e Fatores de Risco

Ocorre devido ao uso excessivo dos músculos flexores do punho e dos dedos, resultando em microlesões na origem dos tendões.

  • Golfe: O impacto repetitivo do taco contra o solo pode sobrecarregar os músculos flexores.
  • Outros esportes: Baseball, levantamento de peso e esportes que envolvem arremesso ou lançamentos também podem desencadear a condição.
  • Profissões manuais: Movimentos repetitivos, como os realizados por encanadores, digitadores e operários, aumentam o risco.

Sintomas

  • Dor na parte interna do cotovelo, podendo irradiar para o antebraço.
  • Fraqueza ao segurar objetos ou realizar movimentos que exigem força do punho.
  • Sensação de rigidez e dor ao flexionar o punho contra resistência.

Tratamento

O tratamento segue princípios semelhantes ao da epicondilite lateral:

  • Modificação da atividade para evitar sobrecarga.
  • Fisioterapia com fortalecimento e alongamento dos músculos flexores do antebraço.
  • Uso de órteses para reduzir a tensão sobre os tendões.
  • Terapias regenerativas, como infiltração, podem ser indicadas em casos persistentes.
  • Cirurgia nos casos mais graves, quando há falha do tratamento conservador.

Dr. Renan Borges
Ortopedista e Traumatologista
Cirurgião da Mão e Microcirurgião
Especialista em diagnósticos de patologias osteomusculares do membro superior.

Exames de Imagem no Diagnóstico das Epicondilites

epicondilite lateral (“cotovelo de tenista”) e a epicondilite medial (“cotovelo de golfista”) são condições diagnosticadas principalmente por meio da avaliação clínica. No entanto, exames de imagem desempenham um papel fundamental para confirmar o diagnóstico, avaliar a gravidade da lesão e descartar outras patologias do cotovelo, como artrite, neuropatias ou lesões ligamentares.

A seguir, exploramos os principais exames de imagem utilizados no diagnóstico das epicondilites:


. Radiografia (Raio-X) – Exclusão de Outras Condições

Embora a epicondilite seja uma condição dos tecidos moles (tendões e músculos), a radiografia pode ser solicitada para excluir outras causas de dor no cotovelo, como:
✅ Calcificações nos tendões (epicondilite calcificada).
✅ Osteoartrite do cotovelo.
✅ Fraturas por estresse ou irregularidades ósseas.

➡ Limitação: O raio-X não visualiza diretamente as lesões nos tendões, sendo útil apenas para descartar outras patologias ósseas.


. Ultrassonografia (USG) – Avaliação Rápida e Dinâmica

ultrassonografia é um exame acessível, sem radiação e que permite avaliação dinâmica dos tendões em tempo real.

O que pode mostrar na epicondilite?
✅ Espessamento ou degeneração dos tendões extensores (epicondilite lateral) ou flexores (epicondilite medial).
✅ Presença de microlesões ou rupturas parciais.
✅ Hiperemia (aumento do fluxo sanguíneo) no Doppler colorido, indicando inflamação ativa.
✅ Calcificações ou acúmulo de líquido ao redor dos tendões.

➡ Vantagem: Rápido, barato e pode ser realizado com o paciente movimentando o cotovelo.
➡ Limitação: Depende da experiência do examinador e pode ter menor precisão em casos mais sutis.


. Ressonância Magnética (RM) – O Padrão-Ouro

ressonância magnética é o exame mais detalhado para avaliar as epicondilites, sendo indicado em casos crônicos, refratários ao tratamento ou quando há suspeita de outras lesões associadas.

 Achados típicos na RM:
✅ Espessamento e degeneração dos tendões extensores (epicondilite lateral) ou flexores (epicondilite medial).
✅ Presença de edema ou inflamação ao redor dos tendões.
✅ Rupturas parciais ou totais dos tendões.
✅ Comprometimento de estruturas vizinhas, como ligamentos e nervos.

➡ Vantagem: Alta precisão e capacidade de avaliar tanto os tecidos moles quanto as estruturas ósseas.
➡ Limitação: Maior custo e tempo de realização em comparação com a ultrassonografia.


Prevenção: Evite a Recaída

  • Correção da técnica esportiva: Tenistas devem ajustar o backhand e golfistas devem revisar sua pegada e swing.
  • Fortalecimento muscular: Exercícios específicos para antebraço e punho ajudam a prevenir a sobrecarga.
  • Pausas durante o trabalho: Intervalos regulares para alongamento reduzem o risco em atividades repetitivas.

Conclusão

A epicondilite, seja lateral ou medial, pode ser debilitante se não tratada adequadamente. Identificar os primeiros sinais e buscar tratamento precoce são essenciais para evitar a progressão do quadro. Se você sente dor no cotovelo ao realizar suas atividades diárias ou esportivas, consulte um cirurgião de mão para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.

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